sábado, 3 de dezembro de 2011

5:00

Acordei com um gosto amargo na consciência.
e o agridoce dos lábios que já não me lembro.
o mundo girando, rápido e impiedoso.
e, somente dessa vez, o relógio não despertou.

Vou me contorcendo, sem sair da cama.
já não é sono, nem cansaço, ou ressaca.
é uma insatisfação, como se algo estivesse pendente.
abro os olhos, com convicção....estou consternado, ainda.

Quero me levantar, mas não consigo.
sinto as pernas queimando, uma dor que apenas é.
me lembro das responsabilidades, que preciso manter.
e das noites que, hoje, não faço questão de viver, de novo.

Eu fecho os olhos, tento voltar para lá.
aquele mundo onde tudo é mais simples, as coisas funcionam.
campos onde a preocupação é apenas um detalhe, sem muita importância.
e nesse processo, eu falho, miseravelmente, sem esperança ou glória.

Os ponteiros do relógio não param.
o tempo passa, o dia passa, e eu ainda estou ali.
não sei porque, ou com que razão, mas dali eu não saio.
não sei se por mim, por você, por tudo, ou por nada...


...Apenas sei que estou, e que preciso...



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