quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Implacável, impecável, imutável.


Um dia a mais, e o tempo nos mostra que estamos sozinhos.
procurando por uma quantidade indeterminada de coisas, pessoas, lugares, sem nunca saber pra onde olhar ou seguir.E como não poderia deixar de ser, chove na cidade, uma chuva branda, quase como o abraço acolhedor de uma mãe amorosa.Conversando com minhas vozes internas, me pergunto da solidão e do desejo inexplicável de encontrar algo que desconheço e não sei definir.
Em uma fração brutalmente calculada, uma inundação de memórias me confunde, todas as pessoas que chegam e partem da minha vida, como se eu fosse um porto qualquer para se atracar brevemente, ou um bar para se frequentar quando se tem os requisitos necessários para se divertir por uma noite.Todas as pessoas importantes que eu perdi, dentre elas as que eu me vi perder, e o tanto da eternidade que vai ser preciso até que eu me dê conta de que elas não foram apenas fazer viagens sem previsão de volta, até que eu me dê conta de que elas realmente se foram pra sempre.
Amontoando-se a isso, o abismo gigantesco que se fez na minha existência, entre o que eu sou, o que eu almejo ser, e o que o mundo vê ao me olhar nos olhos, isso sem nem contar com a indecisão, o dissabor da minha consciência com infindáveis linhas de raciocínio e desejos pequeninos mas praticamente inalcançáveis.
Somente uma verdade das muitas que enxergo é alvo do meu apego: eu estou perdido.De tal forma como jamais estive antes, sem ter um norte, ou mesmo um mapa.Como já disse um amigo meu, eu corro indefinidamente em direção a algum destino que eu possa chamar de meu, como um cão persegue um carro, e certamente não saberei o que fazer ao alcançá-lo.
Quanto a esse desastre de proporções escalafobéticas que tem sido minha sobrevida, há apenas uma preocupação caminhando comigo: o quão alarmante vai ser a reação daqueles que entre um cigarro e outro checam meu não tão bem estar? Eu direi, levianamente, para que não se preocupem, eu vou sobreviver, como já sobrevivi todas as outras muitas vezes...



....a única diferença é que, dessa vez, a chuva não parou.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mimada.


Nos entremeios de uma melodia, eu te encontro.
em versos e contos, vejo teu nome.
com o olhar, resplendor desmedido.
e aquela simpatia que já não existe por aí.

Ela tem a doçura, complementar e branda.
nos agrados de dias passados, calorosas lembranças.
nunca se esquecendo da esperança.
e aos dias vindouros, um pouco de amor, paz e uma xícara de café.

Com sinceridade, revelo, não há muito para dizer.
apenas a sensação singela e honesta de bem estar que ela traz.
e a confiança de muitas boas lembranças em um futuro distante.
de momentos que ainda vamos viver....


...com todo o amor e todos os sorrisos que possam haver entre os melhores amigos do mundo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Outono.



Quando nos conhecemos, o dia estava claro.
as folhas nasciam nos ramos.
e a pureza daquele momento perdurou.
fomos poucos, mas os melhores, sempre.

Quando nos encontramos, nuvens percorriam o céu.
suas sombras se mesclavam com as das árvores.
e a felicidade daquele momento viveu eternamente.
eramos as risadas e abraços verdadeiros.

Quando nos reencontramos, o dia estava cinza.
as folhas, envelhecidas, ainda se mantinham nos ramos.
o medo daquele momento existiu por um segundo sem fim.
fomos muito mais do que jamais imaginamos, unidos.

Em nosso último encontro, lágrimas vestiam o céu.
o ramos expostos em suas vergonhas, sem folhas.
a tristeza daquele momento vai nos acompanhar até o fim.
ainda que muitos, o desamparo nos abraçou, individualmente.

Em nosso próximo encontro, será um dia qualquer.
e não vamos nos preocupar com os ramos.
teremos momentos singelos, momentos felizes, eternos.
quantos de nós? eu não sei, quantos sorrisos formos capazes de juntar, eu acho...



...é assim que vai ser agora, eu te cuido, tu me cuidas e esperamos o último dia chegar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O peregrino do último dia.



Só mais um filho da perdição.
cercado de falsas crenças e deuses mortos.
caminho através do fogo e sangue.
os pés descalços permitem sentir a lágrima da terra.

Em meio ao caos do findar, eu observo.
vejo os olhos embebidos em desespero.
ouço os gritos estridentes de terror.
e sinto o sofrimento pulsante, uma agonia singular e dócil.

A caminhada deve perdurar por mais algumas vidas.
isso não é uma preocupação, nunca foi.
desconheço o conceito daquilo que chamam de tempo.
apenas viajo entre sorrisos e lágrimas...



...e presenteio corações com verdades.

domingo, 10 de agosto de 2014

Sinestesia


O castanho doce do teu olhar.
e aquele sorriso desmedido que só você tem.
entre meias verdades e mistérios profundos.
só conheci a ilusão de ti que eu mesmo criei.

Nos nossos desencontros mais frequentes.
te perco em exageros e me desespero.
e insiste em me confundir com seu jeito de se expressar.
bem demais, ou mal demais, sei lá.

Faço um café mais forte.
desisto do despertador, e de acordar.
assim como já desisti de tentar ser essa pessoa.
que sabe exatamente o que dizer e fazer toda hora.

Talvez eu precise fugir, e esquecer.
ou quem sabe apagar tudo.
talvez eu precise achar alguma coisa em ti.
qualquer coisa que não me agrade...



...ou vai ver eu preciso mesmo é de você.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Simplicidade.


O essencial, te ver e sorrir, uma outra vez.
e sentar do teu lado, simplesmente.
sem me preocupar com o que está por vir, ou o que passou.
cantarolar aqueles velhos versos, sem medo.

Sentir o afeto no abraço, um carinho.
e a mistura doce do ar puro com teu perfume.
lembrar conversas e histórias de outras vidas.
até aquela tal felicidade da qual tanto falamos.

Essa sincronia que está além dos olhares.
um tanto hoje, que em dez anos serão boas memórias.
e tudo o que vamos ver e viver nesse tempo.
olhar as estrelas e se perder no infinito...


....nossa simplicidade vai além.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Nostalgia.



Algo sobre a paz que ela me faz sentir.
ou mesmo os muitos, conhecidos ou não, encantos que só ela tem.
até mesmo seu jeito de sentir saudades.
e o sorriso, dos mais encantadores que eu ja tive o prazer de ver.

E a veracidade das palavras que ela diz.
com uma simplicidade tão abrupta.
as vezes acho até que é um pouco de descaso.
como não poderia deixar de ser, ledo engano da minha parte.

Tem também os mistérios que compõem sua essência.
as várias coisas que eu desconheço, obviamente.
afinal, não passo de um estranho gentil.
mesmo assim, me trata como aquele amor de infância, puro e reluzente.

Vão me faltar palavras bonitas, decerto até mesmo poesias.
em números não fariam diferença, a intensidade não se pode medir.
o quanto te quero bem e feliz, ou mesmo o quanto gostaria de ser parte disso.
os dias vão passar, e você vai crescer, e mudar...


...isso não vai importar muito, desde que você continue sorrindo.