quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Seu.

Essa noite eu falei dormindo.
e tudo o que fui capaz de dizer, ou mesmo tentar.
foi sobre a fuga,  nossa escapatória, e os muitos amanhãs.
penso ter vivido um delírio ao invés de um sonho.

Ao acordar, pela janela eu pude ver.
os pássaros voando, indo em direção ao lugar de paz.
e suas mãos se afastavam do meu rosto.
e você foi se apagando de mim, como a neblina apaga o futuro.

Me visto para o fim.
levo apenas nosso instante, eterno em sua curta duração.
caminho em plenitude até o tilintar de taças se tornar audível.
te encontro aqui mesmo, ou em qualquer noite de paris.

Até hoje não entendi, ainda que já tenha sido explicado.
você deixou as malas prontas, na porta de casa.
correu como jamais pensou ser capaz em toda vida.
me abraçou, olhou nos meus olhos, e sorriu....


....me deu a mão, e partimos .

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Pejorativo, proeminente, pacífico.

Sendo assim, sou sincero, como não poderia deixar de ocorrer.
ouço apenas aquilo que convém, contrapartida aos dizeres condizentes.
será que foram as verdades que lhe foram negadas?
ou as mentiras nas quais você insistiu em acreditar por todo esse tempo?

Questões e questões, simples indagações as quais hão de perdurar nos dias por vir.
em consequências distintas, seus olhos encontram os meus, por pequenos instantes.
decidindo se é cedo, ou  demasiado tardio, prosseguimos em segundos e minutos.
cenas que talvez não sejam capazes de montar um filme de lágrimas e risadas.

As cicatrizes de um outro dia qualquer se escondem do sol forte.
e o seu aroma se torna inebriante, a medida que se aproxima de meu rosto.
assim que suas palavras me alcançam, eu já não vejo nada além da silhueta.
a sombra que reverbera os mais inacreditáveis efeitos nos vales do sonhar.

Em um passe de mágica fajuta e desprovida de sensatez, fica fácil notar.
palavras ainda são palavras, e seu peso sempre desmedido nos mantém distantes do real.
vivemos para acreditar, acreditamos para crescer, crescemos para viver, e ai então o que?
não sei se posso te dizer, talvez a minha resposta seja diferente da sua, apesar dos sinais.

E hoje eu passei por todos os semáforos vermelhos da cidade.
o relógio na central badalava no momento da meia noite, uma vez e outra.
parei no pier, e enquanto olhava as luzes no horizonte se apagando, eu liguei para você.
só pra ouvir o som da tua voz uma vez agora, e te lembrar...


...que para nós dois, ainda que chova, basta viver.