quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Correntes rompidas



Deveriamos ter nos importado mais, com as coisas que desejávamos fazer...
ou mesmo nos preocupado mais com as coisas que poderíamos não ter feito.
mas agora o mar se move na direção do horizonte...
...e nós não somos capazes de entender ou mesmo aceitar o porque.

Talvez pudéssemos ter investido um pouco mais na afeição alheia.
dados os fatos que as possibilidades estiveram todas contra nossos sonhos...
até que fomos bem além do suposto ponto invisível que criamos para nossas investidas.
e até mesmo depois disso, o tempo correu em círculos e bem devagar pra nós dois.

Deveriamos ter vivido em outros lugares, nos amado debaixo de outras árvores...
sentido a tristeza no coração de outras pessoas, enbriagado a consciência de outras vidas.
Deveriamos ter nos amado, uma, duas, três vezes... deveriamos ter prendido o amor para sempre....


...Deveriamos ter visto o sol...


sábado, 19 de dezembro de 2009

Immortals - Tears of an old regret...

Longas, tortuosas e expressivas horas se passaram.
o tempo em si, ludibriante, controverso, cruel.
os olhos vão ficando mais e mais cerrados, a medida que se passa.
os cabelos, barba e bigode... grisalhos.

a idade chegou, e consigo trouxe o cansaço.
as portas oportunas que o destino ofereceu uma vez...
...não mais se apresentam diante da respiração, agora ofegante...
...daquele que um dia teve juventude e energia em seu dispor.

agora as folhas já caíram, e o outono se expande.
reprime sentimentos e exala um aroma de tristeza no ar.
as estações se deixam passar sem ver, e o outono se instala no infinito.
deixando o medo da eternidade pairar sobre aqueles que já perderam amores...

de seus olhos, lágrimas salgadas e intermitentes caem, como um sorriso de desdém...
o veterano, em seu infinito particular, chora um velho arrependimento
arrependimento esse, que dado foi, em muito tempo atrás...
...mas ainda assim, lhe fere como recente...

e ele vai deixar o seu momentum chegar, sem hesitar ou alterar...
...destinos, ações e todo o resto, ele apenas esperará.
se põe a sentar em sua poltrona, aguardando seu ceifador.
com a tristeza encarnada em seu rosto, a solidão encravada em sua alma...

...e o amor arrancado de seu coração...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Refúgio...

É de onde, quando menos se espera, se encontra calma.
onde o alto do céu pode ser observado tranquilamente.
enquanto a destruição recai sobre os ombros esquecidos.
cansados, mas nunca vencidos, dos eternos combatentes.

Viver em um castelo, forte isolado de todo o resto.
ter ao seu encalço o destino intermitente.
ir em direção a luz que se apaga conforme se aproxima.
descobrir que tudo é um pouco mais complexo.

sentir a distância de todos os corpos celestes.
iluminados pelo brilho intenso da sua própria vontade.
querendo sempre, desejando convicto e sereno, a exatidão.
dias que jamais chegarão a contemplar a noite estrelada.

correr em direção ao fogo, mover os dedos lentamente contra a corrente.
sentir a água do mar tocar os pés, com toda a leveza que se permitir.
olhar nos olhos com honestidade, perder o medo de se ter.
contar histórias com o vento vívido, poder seguir sem ter que se lembrar...

...que toda a dor da perda vestal, se torna um eterno brilho esquecido por você.