quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Fel.



Cada vez que meus olhos se fecham, memórias se vão.
em um turbilhão inenarrável de emoções se partindo ao meio.
como um vitral implodindo em estilhaços de cores vivas.
ou as próprias estrelas, brilhando mesmo depois de mortas.

E ao abrir meus olhos, abrem-se as feridas.
uma sequência de dor e pesar que nunca puderam ser medidos.
envoltos por toda a névoa de falsos sorrisos.
e tudo que eu queria era meu copo de whisky.

As formas vão se perdendo aos poucos.
alguns muitos devaneios nos labirintos da mente.
a rouquidão e o cansaço sempre duram mais.
e quando o sol chega, já não consigo mais enxergar...



....as silhuetas da noite que nunca teve um fim.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Millenia.


E depois de muito tempo.
tempo longe de casa, eis que decido voltar.
o tanto que estive ausente, desmedido.
mas um tanto que aprendi, com a ausência em si.

E o que nos resta no futuro?
a incerteza ou o temor dos dias adiante?
em seu montante de crueldade e mazelas.
o mundo vai tentar nos minguar aos poucos.

Sobre as chamas e o sofrimento.
iremos nos tornar mais fortes do que a dor.
o sangue gotejando da ponta dos meus dedos.
vai nos reerguer e nos sustentar.

Os dias, certamente mais claros, virão.
as nuvens cinzentas vão se dispersar no infinito.
as cores que brilham entre seu olhar e seu sorriso.
serão a conclusão e o manifesto...



...e acima de tudo,  a garantia de que tudo vai ficar bem.