segunda-feira, 28 de abril de 2014

Três estrelas e o desejo.


As estrelas choraram ao te ver hoje.
sua simplicidade espalhou as lágrimas no céu.
e a beleza do teu sorriso deu cor a cada uma delas.
avivando um espetáculo particular único.
enquanto segurava sua mão, eu tremia.
sem saber o que dizer ou mesmo pensar.
aturdido com seus olhos, refletindo o universo.
e dando aquele toque mágico em tudo o que via.
naquele momento, eu quis que isso fosse eterno.
mas sabia que tinha apenas o tempo de chegarmos ao fim da orla.
então tornei cada passo com você uma vida inteira, passada ou futura.
e cada vida era uma sequência de felicidade e amor.
cafés e você, e o que mais pudéssemos ter.
e em cada uma delas, eu sabia de você, te interpretava até nas entrelinhas.
nós últimos passos, já não sorria tanto.
sabendo quão frágil e finito é nosso pequeno instante perfeito.
então você me atravessa o olhar, sempre sorridente, e diz...



...que os amanhãs não importam, nosso agora é mais valioso que tudo....ele é eterno.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Brisa.


A silhueta mística, um rosto desconhecido, e os olhos de mistério.
um encanto particular, e um mundo de paixão, inexplicável.
as luzes da cidade se esforçam em vão, incapazes de alcançar o teu brilho.
e a serenidade de uma foto, que instiga lembranças que nunca existiram.
uma dádiva dos deuses, quaisquer que sejam, benevolentes.
capaz de me acalmar o coração, afastando os medos.
ela é um tudo que não se pode medir...


...um sonho distante.....minha ilusão preferida, salvação.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bom te perder.



Acordei sem saber que horas acabei dormindo.
meus olhos ainda pesavam, a casa vazia.
o trem passava, exatamente no momento em que lembrei dela.
isso só serviu pra sacudir os pensamentos em um turbilhão.
vagarosamente, vou caminhando até o banheiro.
enquanto escovo os dentes, a vista ainda cansada, tento apagá-la da mente, ainda que por pouco tempo.
pouco tempo, isso foi tudo que tive nos instantes mais interessantes dos últimos dias.
enquanto preparo o café, o corpo dolorido da noite mal dormida, insisto em apagá-la.
apagá-la, apagar todas elas, é só o que venho tentando nas últimas semanas, com pouco sucesso.
acendo um cigarro em silêncio, não há alguém para conversar, raramente há.
raridade...tem sido uma constante em vários de muitos aspectos nos últimos meses.
me acomodo, sem conforto e com a mente fervilhando, e decido registrar as coisas aqui.
aqui.O único lugar em que posso ser aquilo que realmente acredito ser, ainda que apenas com palavras...



...e isso é tudo o que tenho feito, é tudo que eu queria ser... lá fora.

domingo, 20 de abril de 2014

A calada.

Foram quatro dias...quatro dias em que tudo o que eu fui capaz de fazer foi fechar os olhos.
fechar os olhos e esquecer. me ver como uma verdadeira criança que sabe dar nós na vida.
em contrapartida, é totalmente incapaz de desfaze-los.
e o cheiro dela era doce e venenoso, uma recordação de outro tempo.
não existe justiça se não existe crime, encaramos as coisas, olho por olho e dente por dente.
se é assim, então eu não sou nada além de um cego desdentado.
mesmo com a alma infante, pude sentir a perdição que era o olhar que ela dava.
o arfar no pé do ouvido, e a fumaça dos cigarros, sou só um garoto, não entendo essas coisas.



...outra vez,  o mundo é silenciado ao meu redor, e fico a ver navios.
navios distantes, estão chegando? não, droga, estão partindo.
e através da chuva eu caminho, de volta a minha reclusão confortável e psicótica.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Novos dias.



Ele acorda, abrindo os olhos lentamente, aquela preguiça habitual.
se depara com uma estrada, vazia e revirada, quase como um quarto bagunçado.
o silêncio chega, trazendo consigo a solidão, algo comum, contudo, inesperado.
uma decisão é tomada: seguir em frente, devagar, usufruindo a calmaria.
estranhamente, não há tempestade por vir, apenas a quietude, então, as vozes internas.
elas se intercalam entre sussurros e gritos estridentes, dando início as indagações.
porquê os ajuda? com que motivo, válido ou não, intervém em suas vidas?
e que direito lhe foi dado, em algum momento, existente ou não, para tal atitude?
ele, por sua vez, não responde.eles não merecem qualquer palavra, nunca mereceram.
entretanto, não pode deixar de se perguntar sobre a veracidade de tudo isso.
Afinal de contas, em seus próprios tormentos, ele se encontra sozinho.
enfrenta seus maiores medos, encara a falha direto nos olhos, treme e amargura, sempre sozinho.
sente a dor das perdas, físicas ou emocionais, e soluciona ou guarda, quando pode, sem ninguém.
assim sendo, é válido, realmente, se perguntar o porquê....


...complacência, pura e simples? talvez.
a satisfação de saber que, ao menos os demônios de quem se quer bem, ele consegue exorcizar?
é possível, ele poderia sim, se sentir menos inválido ao te-lo feito.
teria algum motivo particular, egoísta e um tanto sombrio em suas atitudes benevolentes? quem sabe.
Fato é, que ele não saberia responder, e mesmo que soubesse, talvez escolhesse por omitir.
pelo bem dos que lhe importam, que são tantos, e pelo medo de perde-los.
perde-los por perceberem que ele não é, em verdade, aquilo que seus olhos vêem.
No fim das contas, uma única coisa é imutável...





....eu caminho sozinho.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Pertencente.

Vou assistindo de camarote enquanto minha vida vai tomando forma e rumo.
sinto os medos nascendo e se acumulando na porta do meu futuro, sem me preocupar.
vejo as oportunidades vindo apertar minha mão, me entregar um diploma e partir.
e mesmo com tudo isso, esse tanto de coisas me ocorrendo, eu só penso em uma coisa.
só me faço uma mesma pergunta, incessantemente, chegando a ser chato.
Existe uma pessoa a quem eu possa denominar de "ela"?
um alguém específico o suficiente pra me enquadrar nos moldes da sociedade sentimental?
em verdade, revelo que não me importo muito com tais exigências do resto do mundo.
sendo bem franco, eu não "procuro" por essa idealização fantasiosa que tanto ouve-se por ai.
apenas caminho pelas ruas, dia sim, dia sempre, sem qualquer expectativa evidente.
e quem sabe eu esbarre com um sorriso que possa ser meus dias claros.
e também minhas noites tempestuosas....afinal, quem quis que acreditássemos que a vida é só risadas?
Só espero não bater de frente com um coração inocente perdido, eles são sempre lindos, contudo, brutalmente frágeis à palavras e baixos índices de ternura...


...e eu sempre tive um péssimo hábito de quebrar todos os que encontrei até hoje.

terça-feira, 8 de abril de 2014

É tudo que eu queria ser.



A verdade é que eu tenho mais medo de saber o que falar, do que não ter o que dizer.
é que eu já procurei tanto pelas palavras certas, que eu já nem sei.
ela decide sorrir, e acabo lembrando que tenho aquele negócio...dentro do peito, que bate...
...coração, é esse o nome? é, acho que é isso.
como se não bastasse, ela apela e as canções começam a surgir, tsc, que situação.
Parece que falta jeito, tanto pra ela quanto pra mim.
sobra uma timidez que, à distância, parece impossível, ou imperceptível.
mesmo com esse todo que soa dificultoso, sinto que seus mistérios vão ser eternos pra mim.
como aqueles quebra-cabeça que levam uma vida pra se completar.
ainda assim, um mar de interesse e aquele brilho nos olhos me definem, vez ou outra.
Talvez haja um dia, uma data indefinida, daqui a sabe-se lá quantas vidas, em que consigamos funcionar.
Poderia ser um tormento, essa dúvida, ou mesmo a espera.
um tanto de tempo totalmente desconhecido, até que se decifre seu olhar, que tanto me atinge.
Mas, sério mesmo, não me preocupo com isso...



...Não enquanto eu puder te ver sorrir.