segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Meu Nublado, Sua chuva...nossa tempestade.

Chove forte nos recantos da cidade,
em alguns lugares, onde poças se formam.
talvez por tédio, talvez por obrigação,
mas as coisas simplesmente parecem não satisfazer.

Agora, em algum lugar,
alguém sente as gotas e pensa em você.
e, talvez, se você parar por um segundo,
vai perceber essa pessoa, bem próxima, em pensamento.

Um imediatismo sem sentido,
que te leva a algum lugar, misterioso.
contudo, você não consegue deixar de questionar,
porque a chuva continua caindo?

Os olhos marejados de compaixão,
e o corpo embebido em amor sem fim.
estouros causados pelas gotículas,
que vão de encontro ao seu coração.

você só quer me ver com clareza,
nós queremos apenas enxergar o agora.
vamos deixar que o sol seque as poças,
mas... que isso seja amanhã...



...quando o tempo não nos pertecer mais, e o que sobrar, carregamos nos bolsos.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um Círculo Perfeito

Você não me vê.
pode até acreditar que sim, pois jogo as verdades em seu rosto.
tento crer em mentiras escondidas em suas madeixas.
mas sei que no fim de tudo, você simplesmente não me vê.

Contemplo de longe, sua beleza infindável.
e, quando perto, apenas completo sua tristeza, incurável.
deveríamos ser os passos dados em frente, sem medo.
mas você insiste em ficar parada, apenas olhando para trás.

E eu sempre espero demais.
dos feridos, versos perdidos, corações partidos.
solenemente, me é revelada a verdade, única, imutável.
sou apenas uma peça, uma pequena parte, substituível e obsoleta.

Quanto tempo, por algum tempo, se há, realmente, tempo?
porque tentar, de certa forma, correr, em sua direção?
os pés se movem, o corpo cansa, a mente falha.
mas continuo parado no mesmo lugar, até agora, e depois também.

É isso? me pergunto.
te dou as costas, e aguardo alguns instantes.
até que você ponha as mãos nos meus ombros,e com toda sua delicadeza
me permita cair, aqui, onde tudo aconteceu, tudo acabou.

Gostaria dessa tranquilidade.
de toda essa paz, que na verdade não existe.
gostaria de você, olhar nos seus olhos.
e tentar, somente tentar, saber...

...se esse olhar é tudo que eu realmente preciso pra viver mais um pouco.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sobre você, nós 2 e o que sobrar do mundo


Partindo de hoje, seremos eu e você, se bem que eu acho que já éramos apenas nos dois a um bom tempo. viveremos o maior e o melhor que pudermos, dentre  todas as mais diversificadas ofertas que a vida tiver.

Seremos  agraciados com todas as maravilhas dos dias curtos e das noites longas...gozaremos de sorrisos, abraços, carinhos e de amores excessivos e ainda assim, insuficientes.

Vamos dividir as emoções, em toda sua magnitude e brilho, sem nem pensar a respeito dos porquês que vão nos perseguir  para sempre.Tudo que tiver de ser nosso, será, e o que não tiver de ser, tomaremos como meu...e seu.

Iremos atravessar os oceanos, sobrevoar os campos, percorrer as mais belas cidades de concreto e vidro e carne e alma.Nossa jornada só terá fim quando o fim em sim deixar de existir.

E eu vou viver apenas do seu sorriso, pela sua felicidade, que será a razão da minha. E se você não sorrir, então o mundo não poderá sorrir, e se você chorar, então toda vida aqui terá de chorar também.

Cheguei a conclusão, engraçada, talvez em vão... de que, posso estar errado, mas acredito que não...nessa minha pobre vida, você é minha razão!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

E eu voaria até você.

Hoje pela manhã, em minha boca havia o gosto dos teus lábios, que ainda não senti.
os dedos contornando formas no ar, e o coração se aquece, batendo acelerado.
sua imagem se prende em minha mente, e é isso, por todo o dia, incessantemente.
e cada passo que dou, em direção a um qualquer lugar, é um momento inventado que vivemos juntos.

São os segundos mais infindavelmente felizes, em que você me parte em pedaços.
uma ilusão que vale todo o esforço, apenas pelo seu sorrir.
e se os seus olhos brilhassem tanto quanto o fazem em meu mundo fantasioso?
já não quero apenas descobrir, desejo vivenciar!!

Seu doce aroma, da delicadeza finita, para que se preserve até o último suspiro.
e o toque suave de seus dedilhares leves e gentis, que me levam a um lugar melhor.
diante de todas as imperfeições que podem dividir espaço em uma ou todas as pessoas.
seria por fim, o teu beijo, meu derradeiro carrasco, o início do fim, de absolutamente tudo...e nada.

Enquanto estivermos assim, não sei nem mesmo o que se poderia saber, com toda e nenhuma convicção.
o caminho entre nós dois é longo, quase sem fim...uma estrada de tijolos que vai até onde os olhos vêem.
o doce dos seus lábios torna a me desatentar, eu me envolvo um pouco mais, e decido tentar, dessa vez...

...e não importa aonde, quão longe, eu faria de tudo... e eu voaria até você.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Castelos de sal, Corações de areia.

É, agora as cartas vão se escrever sozinhas.
as mãos se ocupam, secando as lágrimas.
e apontando em direção ao infinito, aonde algo aguarda.
alguém aguarda, um sorriso.

Uma queda inversa, revolução no viver.
atravessar o céu e as nuvens, e o espaço e as estrelas.
entrelaçar os dedos nos teus, para que tenha início.
nossa jornada, sem rumo, sem fim.

Permita que a chuva te desperte.
e que o seu sorriso se liberte, ao menos essa vez.
para que, em um único momento da vida, ao menos.
o meu possa encontrar com o brilho do seu olhar.

Vamos ser felizes, apenas.
não quero promessas ou truques e trapaças.
quero seus lábios, quero seu sangue.
viver te fazendo viver, a cada momento de cada instante, todos os dias.

Que a vida escolha o que tem de acontecer.
lutar é lutar, a glória inatingível.
falhar por querer demais, sem nunca deixar de tentar.
Mas nossas mãos vão se encontrar, agora, ou depois...

...nossos lábios provarão, juntos, o sabor da eternidade.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Blackheart Supernova

Sumir.
desaparecer nos sonhos enrustidos por bons pensamentos.
ruir diante das quedas, cobrindo os arredores em lentidão.
talvez já, talvez...

o olhar perdido entrega.
ponto zero, ponto final, fatal e adjacente.
acompanha lado a lado, passo a passo, entrega tudo de trágico.
aflição.

Tentar não dizer, aquilo que se anseia dizer.
o que se ter, ou perder, tudo que se puder provar, tudo a se arriscar.
talvez eu amanhã, eu ainda encontre meu caminho para casa.
solidão.

Perdão.
palavras, palavras...então o momento, apenas ele, pelas palavras.
as dores que já transpassam a carne, e a pele, e a mente.
uma alma não quer viver, some, se divide e se espalha pelo ar ao seu redor.

Fim.
o limite ilimitado, das coisas ilimitadas e das unanimidades.
é apenas o que é, ser mais é deixar de ser, somente.
calejados os pés, não concluída a jornada, o caminho, e no caminho.

Prosseguimos enquanto meus pedaços em você se desprendem, um...por um....

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

L'amour

Justamente, a prosa e a flora, os versos perdidos de outras primaveras.
serenidade, compaixão e outras vertentes que um dia já conhecemos, hoje não são mais do que palavras em folhas de papel.

Talvez seja disso que eu precise... mas talvez eu esteja errado, como em tantas outras vezes.

Se partidos estão os laços que já nos uniram um dia, e cansados estão os nossos olhares....
o que devemos, ou seremos capazes de fazer, para amenizar toda a dor que nos assola até hoje?

Nossos caminhos até aqui foram tortuosos e, sem piedade, foram nos moldando à forma que somos agora.

Caminhamos sob o sol escaldante, assim como na chuva torrencial, e as nuvens, cinzentas ou claras, acompanharam nossos passos até os limites dos olhos, agora pequenos e tristes.

A mão que levas ao peito, buscando nele um coração, é também a mão que leva ao rosto, limpando o sal das lágrimas.

Se meus desejos, dentre os mais obscuros que possuo, pudessem se tornar reais, será que você, diante deste singelo e tolo, se permitiria partir na companhia do mesmo, sem medos ou receios, até chegar ao lugar quem te aguarda em seus sonhos?

Como pode ser explicado o amor? amor que bate no âmago da existência, amor que contorce e distorce a fábrica do tempo, do saber e do querer, amor que suga a vida, dando amor, amor que cega e esconde os seus mistérios por detrás da máscara de vidro.

Gostaria de fugir daqui... na verdade, gostaria de fugir, apenas.ir para qualquer lugar mais distante do que se pode contar em passos ou lágrimas.desaparecer pouco a pouco enquanto o tempo corre me mantendo parado no mesmo lugar, inatingível imutável...incapaz.

Dar ao tempo mais tempo, se tempo é tempo, e nada mais, como dar tempo ao tempo se faz?

como prolongar a infinidade daquilo que já não se faz infinito de sempre até a eternidade?

tornar complexo aquilo que outrora se pensou ser simples parece ser a única certeza dentre os fatos.

Motivação para deixar estar, e, em silêncio, aguardar por acontecimentos sem ao menos a pretensão do certo ou errado, do bom ou ruim, deveria ser diferente, mas é isso que será, e será até que não haja mais porque.

Não me questione, não sou detentor das respostas, muito pelo contrário, tenho tantas, quiçá algumas a mais, duvidas quanto você.Mas podemos caminhar, ou correr, lado a lado, em direção as respostas... ou qualquer coisa que nos traga um pouco mais de conforto... por você, nunca por mim, hoje, amanhã.... sempre.

sábado, 3 de dezembro de 2011

5:00

Acordei com um gosto amargo na consciência.
e o agridoce dos lábios que já não me lembro.
o mundo girando, rápido e impiedoso.
e, somente dessa vez, o relógio não despertou.

Vou me contorcendo, sem sair da cama.
já não é sono, nem cansaço, ou ressaca.
é uma insatisfação, como se algo estivesse pendente.
abro os olhos, com convicção....estou consternado, ainda.

Quero me levantar, mas não consigo.
sinto as pernas queimando, uma dor que apenas é.
me lembro das responsabilidades, que preciso manter.
e das noites que, hoje, não faço questão de viver, de novo.

Eu fecho os olhos, tento voltar para lá.
aquele mundo onde tudo é mais simples, as coisas funcionam.
campos onde a preocupação é apenas um detalhe, sem muita importância.
e nesse processo, eu falho, miseravelmente, sem esperança ou glória.

Os ponteiros do relógio não param.
o tempo passa, o dia passa, e eu ainda estou ali.
não sei porque, ou com que razão, mas dali eu não saio.
não sei se por mim, por você, por tudo, ou por nada...


...Apenas sei que estou, e que preciso...