quarta-feira, 15 de julho de 2009

Velocidade em espiral destituida

Sou breve como as folhas que caem, uma à uma.
um vulto incolor em meio a multidão que se desloca.
paciente e incessante, eu observo e deixo calar.
a noite se locomove por entre os becos sujos.
Venho por entre as ruas molhadas, com luzes de faróis.
Me cegam um momento, me vejo refletido no asfalto.
deixo a vida pairar, busco a lua dentre as nuvens.
rindo das promessas que já deixei por cumprir.
Tento desesperadamente me perder, sem saber.
Dependendo mais de mim mesmo do que do próprio ocaso.
exaltado em lamurias desprovidas de compaixão.
percebo-me só, ou apenas desatento.
vejo os vultos, questiono-me da sanidade.
olho para um lado, depois para outro, nada.
sinto a chuva torrente me confortar.
gotas que parecem lágrimas, desferidas uma única vez.
vou seguindo enquanto a vista se distancia.
o tempo vai retardando, até quase parar.
olho meus poréns, e penso se valeram a pena.
deixar a calada da noite me acalantar.

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