quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Quarta-feira.



Essa noite eu decidi caminhar até a varanda, apenas para fumar um cigarro e pensar sobre qualquer coisa relativa ao tanto de nada que eu tenho feito nos últimos tempos.Me pego acompanhando a trajetória da lua entre as poucas nuvens, e me lembro daquela coisa muito importante, ou daquele dia totalmente inesquecível, lembrei de alguma coisa qualquer que me fez sorrir, lembrei de você, mesmo não sabendo ao certo se você é realmente você.
No fim das contas, me deitei na varanda sem qualquer cerimônia, e entre um pensamento perdido e outro, fiquei com vontade de fazer algo surreal e totalmente sem sentido: catar uns universos na ponta dos dedos e colocar nos potes de vidro vazios que tinham na cozinha.Não é a atividade mais saudável nos méritos psicológicos, mas eu não ligo muito pra isso, e acho que você também não ligaria, é só minha forma de provar pra existência que eu consigo fazer coisas inteligentes e agradáveis até quando estou me sentindo meio mal.
Como era de se esperar, eu passei a madrugada em claro enchendo potinhos com universos e galáxias e constelações até que não houvessem mais potes, e até que eu conseguisse me livrar do pensamento de quão maluca eu achei que você fosse, e o quão interessante eu iria te descobrir.A verdade é que eu só queria aquele nível de intimidade em que se pode estar perto da pessoa com qualquer frequência que se considere saudável, independente de qualquer contato físico, era algo mais em prol da companhia e de saber que você faz alguma diferença na vida da pessoa do que qualquer outra coisa.
O que se pode concluir é que há alguma coisa motivadora o suficiente pra me fazer vir até aqui e falar desenfreadamente sobre esse assunto, sabendo que ninguém vai ler isso com a ciência do que pode ser, nem mesmo eu ou você, ou a minha gatinha, a mochila (sim, o nome da felina é mochila, só aceita que é melhor).Eu vou viver lembrando das coisas daquele jeito estranho e raro que só eu tenho de lembrar, aonde tudo que acontece na intimidade entre duas pessoas é um infinito e todo sorriso vale mais do que qualquer joia que exista por ai.
Refletir sobre isso? é uma realidade que eu encaro com simplicidade, eu vou pensar um pouco sobre o tanto de universos a mais que poderiam decorar os outros potes se naquela noite você tivesse me acompanhado, ou mesmo o pouco tempo que seriam as oito horas que passei acordado naquela madrugada se você estivesse acordada lá do lado me pentelhando.Só acho que na verdade eu não deveria achar nada e tinha mais é que sossegar no meu canto e tomar meu refrigerante enquanto converso coisas aleatórias com pessoas aleatórias.
Entre os futuros desencontros que ambos sabemos que vão existir, eu só espero que você se lembre...



...que seu bem me faz bem, e é nessa simplicidade que levamos as coisas.

Um comentário: