domingo, 4 de maio de 2014

Paciência.



No ócio de domingo, fim de tarde, e eu procrastinando na frente do computador.
aquela vontade de chamá-la, e conversar, dizendo coisas que te prendam a atenção.
a janelinha fica aberta no canto da tela, me encarando: Anda! fala com ela logo!
não digito nem uma letra sequer, ela deve estar estudando, ou assistindo filme, qualquer coisa.
e também, não nos conhecemos bem, somos apenas dois estranhos que se esbarraram numa noite.
o quão longe uma conversa digital pode chegar? sem contar o fato de que eu não gosto de conversas digitais.
E ela em momento algum demonstrou qualquer interesse em ter um dialogo digitado comigo, o que não me frustra tanto, fico na esperança de que ela seja adepta da conversa à moda antiga.
por fim eu me canso de ser corroído pela vontade de falar e suas falhas sucessivas, pego minha bicicleta velha e vou rua afora, sem qualquer destino.
chegando ao centro da cidade, me deparo com uma das poucas lojas abertas, e só percebi que tinha parado,  descido da cherrie (sim, minha bicicleta tem nome) e ficado estático, olhando a vitrine, depois que a cinza do cigarro caiu no meu dedo.
Em um porta retrato, do outro lado da vitrine, um sorriso em moldura.
ela não parecia muito com você, exceto pelo sorriso, que por sua vez era você inteira.
aquele sorriso me prendeu por uns bons 30 minutos, e a chuva não me impediu nem mesmo de acender meus outros 3 cigarros.
Eu não entendi bem o que aconteceu ali, mas eu lembro de sorrir, sozinho, na chuva, e de alguma forma, aquilo me fez um bem danado.
decidi voltar pra casa, sem muita pressa, afinal, eu ainda tinha tempo pra o que quer que eu fosse fazer.
cheguei, te chamei, e falamos por algumas boas horas.

Tudo isso só pra te fazer sorrir, sem qualquer motivo, além dos meus dias de paz.

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