segunda-feira, 1 de abril de 2013

Odioso Prazer, Fulminante Desperdício

A terra maculada chora uma perda inexplicável.
o real passa a ser sonho, coincide com o nada.
o sonho é verdade maquiada de sangue e lágrimas forçadas.
qualquer coisa em comum é  consequente do acaso.

Nem mesmo o sol, grandioso e benevolente.
permite que nossos olhos o encontrem, se escondendo.
fugindo para longe desse  lugar abandonado por tudo.
fomos realmente deixados para trás, por quem quer que seja.

Ainda que fossem apenas algumas avarias.
 entretanto tudo se foi, o mar, natureza, a terra, a graça divina.
se é que houve, em algum momento, uma graça divina.
o que restou, enfim? somente nós, eu e você e outros mais, talvez.

Essa tristeza que se acumula, amargura que transborda.
uma solidão somada de arrependimento, beirando o inenarrável.
aqui não há espaço para sorrisos, ou risadas.
e todas as promessas foram quebradas, pela última vez.

O  que se pode ser feito? algo ainda pode ser feito?
começar do zero, com tudo o que sobrou.
um belíssimo quadro do alfa e ômega, se movendo  incessantemente.
guiado pelas cordas da existência, no teatro sádico da vida.


...Aqui ainda temos espaço para uma única coisa: Esperança.

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