segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Solidão Ensurdecedora.

Era madrugada, e eu havia acordado.
um som, bem baixinho, entrava pela fresta da janela.
apenas a chuva, vivendo no mundo lá fora.
e o ventilador me passava uma sensação de conforto.

Me levantei, rapidamente me sentando na cama.
por alguns instantes, mantive-me ali, parado.
por fim me indaguei a respeito de minha vida.
eu estava sozinho, como sempre havia sido.

Novamente, me percebi parado, como 5 minutos antes.
decidi me levantar, sem muita pressa.
os pés tocando o chão gelado, e eu não me importo muito.
e em momento algum me dou ao luxo de cogitar o porquê.

Eu estou cansado, sinto o peso do infinito em meus ombros.
somado a essa amargura que não me acompanha, mas vive em mim.
e aquela tristeza que já deixou de ser confortável.
eu vou me arrastando, quase que sem vontade, em direção a cozinha.

Meus passos são largos, sorrateiros.
desprovido de qualquer força de vontade, que maior ou não.
Rege, ou deixa de ser em mim, em dado momento.
ponho água em um copo, lentamente, quase como que vivendo um pouco mais a cada gota.

Por um segundo, olho para o lado, a janela está aberta.
os ventos cruéis do frio que assola a cidade entram gentilmente.
deixo que eles me acolham, e nem ao menos me pergunto a respeito da janela aberta.
ao voltar minha atenção para o quarto, a silhueta da minha algoz ao fundo, sorri.

A ceifadora me acompanha com a vista, fixamente.
de certa forma, é até estranha, a facilidade com que se nota.
uma certa melancolia nas expressões mais do que indescritíveis dela.
o mais engraçado disso tudo, é que eu nem me dou ao trabalho de me importar.

Piso em uma poça d'água no corredor, paro de caminhar.
observo o meu reflexo na poça...por alguns instantes.
o que eu vejo? quem eu sou? ou me tornei.
uma raiva sem mesuras me consome, e pulo na poça incessantemente, até que....


...um sorriso toma o lugar da raiva.
eu simplesmente não sei explicar como, mas eu não conseguia.
não conseguia parar de sorrir, até o momento em que deitei na cama, novamente.
acho que lembrei de alguns momentos felizes, do seu rosto, seu sorriso....




....e pude dormir de verdade, enfim.

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