terça-feira, 13 de outubro de 2009

O vento...


De onde os deuses observam.
a vida passar, desbancando o tempo.
o vento usurpando a calmaria, inocente e passageira.
deixando tudo pairar, e o resto morrer, diante dos seus olhos.

É esse o mundo em que vivemos hoje.
o cansaço exposto, as feridas antigas.
marcas de uma vida que nunca se pensou em levar.
e as águas geladas da correnteza, insistindo sempre em nós separar.

Com o violão em mãos, me ponho a sentar na beirada do canyon.
assistindo ao mais indescritivel por-do-sol de todas as vidas.
os dedos tremulos, a boca seca.
me dispus a tocar uma canção antiga, da epoca dos corações.

Vejo as cores em plurais, como os pingos dos ''i's''.
as distantes esperanças que sempre tentaram te alcançar.
hoje te abandonam nas esquinas das noites chuvosas.
e você não sabe mais se vale realmente a pena chorar sozinha.

Eu senti sua tristeza, seu temor e sua insegurança.
quis te segurar nos meus braços e te acalantar ao som do silêncio.
quis ser sua proteção, quis ser o seu coração.
e você me viu além da carne e das palavras, e viveu os sonhos comigo.

E ponderamos sobre ficar, ou subir e observar, do mais alto possível.
e os degraus foram ficando pra trás...e mais e mais distantes.
e por solene finalidade, ao tardar das luzes diurnas.
sentamo-nos nas beirolas do espaço infinito, contemplando uma ultima vez...


...a vida de risos,lágrimas,sorrisos e tristeza que nos aprisionava.



Nenhum comentário:

Postar um comentário